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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Profissionais reclamam da qualidade das faculdades de tecnologia no Brasil

A grade curricular oferecida hoje por boa parte das entidades está longe da realidade do mercado e gera uma evasão dos cursos 04 de Abril de 2011 | 08:35h  DIGITAL_NEWS

Se as empresas atribuem a falta de mão de obra qualificada no mercado de TI a um desinteresse pela formação em tecnologia, os profissionais do setor apontam outra barreira: a defasagem do conteúdo oferecido por boa parte dos cursos de formação superior.

“O que os professores ensinam nas faculdades não faz sentido com as necessidades do mercado de tecnologia”, afirma Julio Carvalho, que atua como analista de segurança e infraestrutura de uma grande organização brasileira. Formado em um curso de tecnólogo em redes computacionais, ele conta que desistiu de um bacharelado em ciência da computação depois de se deparar com um conteúdo bastante distante da realidade do setor.

O programador Jardel Amante compartilha a mesma visão. Quando entrou na faculdade de análise de sistemas, em 2008, ele já tinha 12 anos de experiência no mercado de trabalho e diz que se assustou com a distância entre a teoria ensinada na sala de aula e as demandas reais da área de TI. “Um exemplo é que eu tenho uma disciplina de técnicas avançadas de programação na qual estou aprendendo desenvolvimento para dispositivos móveis”, ilustra, completando: “Isso não tem nada de avançado e, para piorar, estamos estudando apenas J2ME.”

Como reflexo desse cenário pouco atraente para quem quer entrar no mercado de tecnologia, Amante conta que dos 40 alunos que iniciaram o curso de análise de sistemas com ele, sobraram apenas duas pessoas em sua turma.

A necessidade de cumprir uma grade curricular estipulada pelo MEC (Ministério da Educação) justifica parte dessa defasagem de conteúdo, segundo Carvalho. “Até concordo que é difícil manter uma atualização constante de todos os cursos oferecidos no Brasil. Mas na área de informática a situação é ainda mais grave, por se tratar de um setor que muda muito rápido e tem novidades a cada semana”, explica o analista de segurança. Ele mesmo informa que, para suprir essa carência de conteúdo na sala de aula, buscou, por conta própria, uma série de certificações e cursou uma pós-graduação na área de auditoria e segurança.

Amante também relata que pretende, assim que terminar a faculdade, iniciar uma certificação que complemente seu conhecimento. Ele acredita que a formação universitária será importante para o caso de querer ingressar em uma grande empresa, que exija um diploma na área, mas admite que deve usar muito pouco do que aprendeu na faculdade em seu dia-a-dia.

Da mesma forma, Carvalho ressalta que, se tivesse que voltar no tempo, nunca teria optado pela faculdade de ciência da computação. “Faria direto um curso de tecnólogo e depois buscaria especializações”, pontua. Ele aconselha ainda que os jovens interessados em ingressar nessa carreira busquem a fluência no idioma inglês.

Já Amante sugere que quem optar por uma faculdade de tecnologia precisa analisar, acima de tudo, o perfil das pessoas que ministram o curso. “Os professores que trabalham na área sabem o que está acontecendo e podem ajudar o aluno até a conseguir trabalho. Enquanto que os puramente acadêmicos têm uma visão limitada”, conclui.

Digital Life: O MEC, precisa reavaliar suas exigências de acordo com as necessidades de mercado, os professores devem manter-se atualizados e terem como meta a Didática, porque de nada vale conhecimento sem a capacidade de transferir, sem a capacidade de atingir seu primordial objetivo que é ensinar.  Já os alunos, devem exercitar o lado auto-didático para aprenderem a não serem tão dependente dos professores, e devem procurar respostas e a desenvolverem suas próprias opiniões.(Glaucio J Silveira).

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